História de Manoel
Félix da Cruz
Manoel Félix da Cruz nasceu em 1838 em
Tijuco, povoado localizado entre Palmeiras e Boninal. Filho do Senhor Geraldo Félix da Cruz e de
Dona Maria dos Anjos, era moreno de estatura média, calvo, cabelos e olhos castanhos
e costumava usar uma barba comprida.
Contam os primeiros moradores da cidade de
Iraquara que a origem do surgimento da
comunidade está intimamente ligada à
vida deste homem. Inicialmente Manoel Felix morava em Cana Brava e como os
demais moradores da localidade faziam feira em Parnaíba, para isso utilizavam
um caminho muito longo. Por volta de 1860 achou por bem abrir uma picada no
meio do mato procurando uma forma de encurtar a distância a ser percorrida, orientando
então um grupo de amigos e empregados para que
seguissem na direção da nascente do sol.
Neste caminho, deparou-se com uma baixada
de terras muito férteis e de grande flora em que decidiu parar para explorar o
lugar mais detalhadamente onde viu rastros de animais selvagens. Seguiu-os e encontrou um poço de águas
cristalinas e salobra, então atirou para cima para dar o sinal aos
companheiros.
O local ficou conhecido como “Poço de
Manoel Félix”, em homenagem ao seu descobridor, que em seguida, fixou residência
próximo ao poço onde passou a viver e a cultivar a terra.
Casou-se quatro vezes, teve uma prole
numerosa, criou seus dez filhos usufruindo do suor de seu trabalho e tudo de
bom que o solo fértil do local podia lhes proporcionar. Com o passar do tempo,
o povoado foi crescendo e acolhendo
muitas famílias atraídas
pela água e pela fertilidade da terra.
Manoel Félix era um cidadão de bem, de
boa conduta social, um homem de personalidade admirável. Calmo, não andava
armado, apesar de ser costume naquela época, não tinha inimigos, nem possuía
jagunços à sua disposição, pois não gostava de desmandos, era querido e gozava
também de boas amizades em toda a região.
Naqueles
tempos, a Chapada Diamantina era comandada por dois poderosos coronéis, Manoel
Fabrício D’Oliveira e Horácio de Matos, ambos amigos íntimos de Manoel Félix, que devido à sua conduta
íntegra, era muito respeitado e considerado, dizem que em
sua casa todos eram bem recebidos, coronéis e jagunços rivais sentavam-se à
mesa em clima de cordialidade, tamanho era o respeito que
este homem emanava.
Desde aquela época já possuía uma visão
futurista e via como certo o progresso do povoado, contribuindo imensamente para
o crescimento da comunidade, sendo que
seu nome hoje é lembrado, inclusive é homenageado em Escola e Rua, motivo
de orgulho para seus descendentes.
Manoel Félix morreu em março de 1920 após
cair de um burro onde bateu com a cabeça em uma pedra na rua, quase em frente à
casa de sua filha Ana Félix, atual Rua
Manoel Félix.
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