Frankenstein é um livro maravilhoso, escrito
por Mary Shelley quando tinha apenas 19 anos, entre 1816 e 1817, essa obra foi
primeiramente publicada em 1818, ilustrado por Guazzelli e adaptado por Leonardo Chianca.
Publicado pela Editora DCL, é uma belíssima aventura contada em apenas 112 páginas.
Essa obra traz a história de um jovem chamado
Victor Frankenstein, um cientista e sua obsessão de que as pessoas não precisam
morrer, sua vontade de conseguir um grande feito o faz colocar suas
experiências acima de tudo e de todos. Talvez não tivesse pensado nas conseqüências
de trazer ao mundo uma criatura que não havia pedido para nascer.
Assim, ele cria um mostro composto de partes
de corpos de pessoas diferentes que Victor ia ao cemitério durante a noite e
arrancava dos mortos e levava para o seu laboratório, onde costurava uma parte
à outra até formar a criatura. Numa noite de raios e trovões essa criatura cria
vida e sai perambulando pelo mundo a fora.
Esse monstro gigantesco e horrendo
apresenta-se de forma complexa, alternando comportamentos da mais pura bondade
e desejo de aceitação para, com a rejeição da sociedade, desenvolver um
comportamento cruel e vingativo. Ele, para vingar de seu criador matou todos
aqueles que pertenciam à sua família.
A criatura pedira a Victor que lhe fizesse
uma companheira para que juntos pudessem viver em local distante da espécie
humana e deixaria seu criador em paz, por um lado Victor deveria ter construído
a companheira, depois do erro de ter criado um ser que não havia pedido para
viver, era sua obrigação ao menos fazer com que a criatura fosse feliz. Porém,
por outro lado, fazer a companheira seria voltar a cometer o mesmo erro, dar
vida a mais uma criatura que não pediu para nascer, e colocar em risco o
destino da humanidade. E agora, diante desse impasse será que Victor atendeu ao
seu pedido?
A criatura em determinado momento da história
muda seu papel, de início ela seria um ser abominável, um assassino totalmente
desprovido de sentimentos. Porém esta imagem tende a se modificar no decorrer
da história, a criatura possui sentimentos sim, e não seria ele um ser mau por
natureza, seu ódio pela raça humana foi conseqüência de sua rejeição pela
sociedade. Ele era um assassino sim, tinha sede de vingança e odiava principalmente
seu criador, mas será que um ser humano também não teria feito o mesmo se
tivesse passado pelo que ele passou.
Criador e criatura, quem seria de fato o
monstro? Não posso negar que me fiz essa pergunta algumas vezes durante a
leitura. Mas essa e outras perguntas são respondidas durante a leitura do livro
que é cheio de supressas e detalhes que prende o leitor na busca incessante de
ver o resultado dessa trama muito bem construída.
Ler Frankenstein é surpreendente, pois rever
o sonho da imortalidade, questionar o poder e o alcance da ciência, o preço do
conhecimento e a as conseqüências de se romper com o que chamamos de ética. É
testar o sombrio e o absurdo, o medo e o inesperado porque é literatura, e
literatura precisa apenas inquietar e isso, Frankenstein de Mary Shelley o faz
muito bem.
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